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Com a chegada de uma nova frente fria, aumentam as preocupações com os impactos do clima sobre as populações mais vulneráveis. Embora as baixas temperaturas sejam esperadas nesta época do ano, elas reforçam a importância de cuidados preventivos, especialmente com pessoas em situação de rua, crianças e idosos — grupos mais suscetíveis a doenças respiratórias e à exposição ao frio.
Nesta semana, uma intensa massa de ar polar avança sobre o Brasil e deve derrubar as temperaturas no Centro-Sul do país a partir de quinta-feira (29). Em Campo Grande, a previsão do Climatempo indica que o frio pode estabelecer um novo recorde de temperatura mínima em 2025, com os termômetros podendo marcar até 8°C. O alerta se estende até, pelo menos, a próxima terça-feira (3), com temperaturas amenas previstas para persistirem por cerca de duas semanas em Mato Grosso do Sul.
O frio começa a ser sentido já na quarta-feira (28), com previsão de chuva ao longo do dia e queda acentuada nas temperaturas durante a noite. As mínimas devem variar entre 4°C, em cidades como Ponta Porã, e 14°C em Campo Grande, com máximas que não devem ultraar os 25°C até o domingo (1º).
Riscos à saúde e importância da vacinação
Entre os principais riscos associados ao frio intenso está a hipotermia, alerta o Ministério da Saúde. A condição ocorre quando a temperatura corporal cai abaixo de 35°C e pode ser fatal, sobretudo em casos de exposição prolongada ao vento e à umidade. Os sintomas incluem tremores intensos, palidez e extremidades frias.
Em 2024, um homem em situação de rua foi encontrado morto com suspeita de hipotermia no bairro Moreninhas, após a madrugada mais fria do ano, quando a sensação térmica chegou a -4°C.
As doenças respiratórias também se intensificam com o frio. Gripe, bronquite e asma tendem a se agravar, e ambientes fechados tornam-se mais propensos à disseminação de vírus. Por isso, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) reforça a importância da vacinação contra a influenza, especialmente entre os grupos de risco. Em Campo Grande, a vacina já está disponível para toda a população.
“Estamos reforçando ações para que a vacina chegue até onde as pessoas estão. A prioridade é proteger os mais vulneráveis”, afirma o gerente de Imunização da SES, Frederico Moraes.
Os idosos formam o grupo mais afetado: segundo a SES, 48,7% das internações por SRAG (síndrome respiratória aguda grave) ocorreram entre essa faixa etária, e 79,4% dos casos evoluíram para óbito. Crianças de 1 a 9 anos também foram fortemente impactadas, concentrando 26,8% das internações.
Outras orientações para evitar infecções incluem:
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Manter ambientes ventilados, mesmo em dias frios;
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Lavar frequentemente as mãos;
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Utilizar máscaras em locais com aglomeração;
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Procurar atendimento médico ao apresentar sintomas como febre alta, tosse com secreção, falta de ar ou dor no peito.
Acolhimento de pessoas em situação de rua
Para proteger quem vive nas ruas, o Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas) intensifica as ações de acolhimento em períodos de frio. Em Campo Grande, equipes com psicólogos e educadores sociais realizam buscas ativas 24 horas por dia, oferecendo abrigo, alimentação, cuidados psicossociais e higiene.
Segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS), as unidades de acolhimento oferecem estrutura adequada, inclusive para famílias, com quatro refeições diárias. Bata News